Projeto leva luz a população de áreas isoladas do Pantanal
Entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, uma área de aproximadamente 150 mil quilômetros quadrados, abundante em água e habitada por flora e fauna exuberantes, forma a maior planície interna inundável do mundo: o Pantanal. Hábitat natural de 4.700 plantas e outras centenas de animais, incluindo as emblemáticas onças-pintadas, araras-azuis e tuiuiús, esse rico bioma brasileiro abriga também comunidades tradicionais, sobretudo indígenas e ribeirinhas, que vivem em isolamento entre os rios e charcos da região.
Foi pensando nessas populações, cujo modo de vida integrado à natureza ajudou a moldar a cultura pantaneira, que a Energisa – uma das maiores empresas de distribuição de energia elétrica do país, com aproximadamente 6,6 milhões de clientes em nove Estados brasileiros – elaborou um levantamento inédito, a fim de levar, com soluções sustentáveis e customizadas, energia elétrica aos moradores de uma das áreas mais isoladas do Pantanal mato-grossense.
Impulsionador do crescimento
A pesquisa identificou ali aproximadamente 3.400 pessoas sem serviço de luz: 45% delas vivem prioritariamente às margens de oito faixas de rios – Paraguai, Taquari, Piquiri, São Lourenço, Nabileque, Nhecolândia, Paiaguás e Porto Murtinho. São ribeirinhos que se dedicam, principalmente, à pesca artesanal e à coleta de iscas para venda aos pescadores esportivos ou recreativos. Os demais moradores são proprietários rurais e trabalhadores das grandes fazendas da região, e geralmente moram com suas famílias dentro das propriedades.
Entraram no mapeamento duas tribos indígenas – a Aldeia Uberaba, de etnia Guató, e a Terra Indígena Kadiwéu – que também serão atendidas pela primeira vez pelo serviço de fornecimento de energia elétrica.
Para Gioreli de Sousa, vice-presidente de Distribuição do Grupo Energisa, a chegada de luz ao Pantanal será um forte impulsionador do crescimento local. “Sabemos da importância de levar adiante uma iniciativa pioneira como essa, e acreditamos que ela mudará a vida dos habitantes dessa região”, diz.
Além do cadastramento de unidades consumidoras e propriedades, foram feitas análises socioambiental e regulatória da região, bem como um diagnóstico de atendimento e zoneamento. Esse é o processo utilizado para definir os sistemas que devem atender as famílias que hoje residem no Pantanal, sem causar danos ao meio ambiente.
A partir do estudo, “Eletrificação de Regiões Remotas – Estudo de alternativas e aplicações no Pantanal Sul mato-grossense”, a Energisa apresentou à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) uma proposta de atendimento, operação e manutenção das redes e sistemas na região. A proposta já passou por uma primeira audiência pública, e em breve vai iluminar o dia a dia dessas comunidades pantaneiras.